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LITERATURA

1ª Parte
O que é ler hoje?

De que modo a leitura pode nos ajudar profissionalmente?
Num fragmento de sua autobiografia - As Palavras , Jean-Paul Sartre, um dos mais famosos pensadores franceses do século XX, descreve o momento em que, ainda menino, escolhe dois grossos volumes da biblioteca de seu avô e os deposita sobre os joelhos da mãe. Ela levanta os olhos de seu trabalho e lhe diz: "O que queres que eu te leia, querido? As Fadas? Ao que ele pergunta incrédulo: As Fadas estão aí dentro? " Certamente a infância de Sartre, no início do século, não foi a mesma nossa, e a pergunta que um menino de cinco anos hoje faz é, já sabemos, muito mais complexa. E por quê? Simplesmente porque ele vive num mundo onde o predomínio da imagem e do som é a regra. Ou seja: tudo cabe dentro de um aparelho de TV ou na tela de um computador. E mais: tudo, pode ser produzido também por ele. Estamos em plena era cibernética, onde não só as fadas se concretizam como podem ser fabricadas e o que imaginamos tem 99,9% de chance de transformar-se em realidade, esteja esta realidade a que distância estiver de nós. Então, qual é o lugar que os livros hoje ocupam na nossa vida? É a pergunta que nos vem à mente quando falamos neles. De que modo a leitura pode nos ajudar profissionalmente? A ausência de leitura dificilmente poderá ser compensada com o desenvolvimento tecnológico, porque nosso convívio pessoal ou profissional jamais terá soluções eminentemente técnicas. Numa discussão com colegas de trabalho, por exemplo, sabemos que não encontraremos as soluções adequadas apenas apertando um botão ou a tecla do computador. Tampouco a técnica resolverá nossos problemas de ordem existencial. Nossas dores, nossos amores, nossos conflitos podem ser solucionados, mas nunca num passe de mágica , como as Fadas do livro de Sartre poderiam fazer. Ler - hoje em dia - tornou-se imperativo para o desenvolvimento das nossas potencialidades profissionais, intelectuais e, por que não? espirituais. É na reflexão crítica que a leitura nos proporciona que vamos nos conhecer melhor, perceber nossas falhas ou limitações em todos os terrenos. Atualmente, já não basta a um indivíduo concluir sua formação escolar/universitária e lá se foi o tempo em que podíamos dar nossos estudos por encerrados. O ritmo da ciência e da tecnologia é tão veloz que as novidades mais recentes já envelheceram amanhã. Para o professor Richard Bargenguer, autor do livro Como incentivar o hábito da leitura , ler é a tarefa do futuro, quando as pessoas necessitarão de uma espécie de auto-educação permanente ou seja: deverão promover a pesquisa, a reflexão, o crescimento intelectual por conta própria. Deverão desenvolver de modo autônomo sua competência, enfim. Mas o que significa para você ser competente no trabalho? Ser competente significa não apenas cumprir as normas ou regulamentos estabelecidos pela administração, mas criar soluções, alternativas, contornar problemas aparentemente insolúveis, improvisar positivamente, com eficiência. Ora, as soluções, os improvisos são, no fundo, outras formas de você reler seu trabalho. E quanto maior for sua carga de leitura - aqui não nos referimos apenas a textos literários, mas a jornais, revistas, manuais etc - mais possibilidades de mudanças você encontrará. Isso porque além de desenvolver seu espírito crítico, seu vocabulário, de ajudar na sua capacidade de redigir e de se expressar de modo eficiente, de associar elementos aparentemente díspares ou dissociados no tempo e no espaço, a leitura desenvolve sua percepção dialética no cotidiano. É através dela que nossa capacidade de criar se expande, não somente para inventar outros mundos, mas para encontrar soluções dentro deste. Ser eficiente, portanto, nunca significará rigidez na compreensão dos fenômenos da realidade. Quando sabemos ler bem, criamos possibilidades para tudo e ao criarmos novas alternativas para nosso mundo pessoal ou profissional, transformamos a realidade ou em realidade nossas ações, pensamentos, opiniões. A escrita, por exemplo, é um dos resultados mais positivos da leitura. Quando escrevemos, somos obrigados a pensar sozinhos. Já não repetimos os mecanismos mentais de outra pessoa, como acontece na leitura, criamos nós mesmos esses mecanismos, daí a sensação de independência que experimentamos quando produzimos um texto. "É um dom que ninguém me rouba" declarou certa vez a escritora Marina Colasanti. Marina fala em "dom", porém a capacidade de criar através da escrita não é tão natural assim. Por trás de um grande escritor existe sempre um leitor maior ainda. Quando nasce o escritor, o leitor voraz já habitava nele há muito tempo. Daí que podemos começar a pensar na leitura, não como matéria obrigatória, conforme nos levaram a crer na escola, mas como atividade artística e de aperfeiçoamento profissional também. No colégio, em geral, aprendemos ou somos forçados a ler livros pelos quais muitas vezes não temos o menor interesse. É lá que se perde uma. prática muito estimulante de leitura que é a leitura em grupo, uma atividade dinâmica da qual todo professor que se preza lança mão e da qual podemos nos valer para servir de estímulo ao nosso trabalho cotidiano.


Vamos, pois, ler juntos?

Suzana Vargas
(Texto escrito para treinamento no Centro de Formação Banco do Brasil)
Fonte:
http://www.nlnp.net/leitura.htm